Não precisamos de empreendedores, estudantes, engenheiros e cientistas.

Após participar de alguns debates sobre a importância do empreendedorismo no Brasil cheguei a conclusão que não precisamos de empreendedorismo, estudantes, engenheiros e cientistas.
Ao falar sobre empreendedorismo nas universidades me sinto como se estivesse dentro de uma cápsula do tempo, caindo diretamente em uma sala de aula de alguma renomada universidade americana, do tipo Stanford, Harvard, Caltech, Carnegie Mellon, dentre tantas outras que sabem a anos da real importância da #culturaempreendedora.
Não há consistência na introdução desse tema nas escolas e universidades, estamos a anos luz da criação de um ambiente favorável ao empreendedor.
Continuamos discutindo a criação de negócios já formatados, sabemos que abrir uma padaria, pizzaria e consultoria são uma forma válida e importantíssima de empreendedorismo, gerando empregos e fortalecendo a economia, mas não adianta mais discutir empreendedorismo e #culturaempreendedora por sí só, é necessário a discussão sobre a criação de espaços interdisciplinares que estimulem a troca de conhecimento potencializando a criação de pensamentos disruptivos.
As universidades, empresas e governos são os protagonistas necessários para uma ação conjunta de alto impacto, promovendo novos pensamentos e novas linhas de pesquisas, mas até o momento observo as universidades realizando diversas reuniões em busca de parcerias com empresas e empresas atrás das universidades para apenas recrutarem novos funcionários, o governo por sua vez investe valores simbólicos na pesquisa acadêmica, por outro lado a pesquisa acadêmica está preocupada apenas com publicações, se ao menos essas publicações gerassem livros para o grande público, documentários etc… faria algum sentindo investir pesadamente.
Não consigo identificar qual a pesquisa mais importante, a teórica ou prática, pois em minha visão ambas são fundamentais, o problema é que não criamos nenhuma das duas, talvez incentivando intercâmbios de professores e cientistas conseguíssemos criar um ambiente multicultural e interdisciplinar, absorvendo de forma orgânica novos pensamentos, mas quando toco nesse assunto escuto comentários do tipo “Se abrirmos nossas fronteiras não teremos empregos para todos nossos professores”, ou seja ainda continuamos com a prática de uma politica protecionista, não levando em conta a meritocracia.
Todos querem seus bons empregos e não trabalho, existe uma desmotivação generalizada em todos os setores quando o assunto é inovação, pois é necessário o investimento pesado em tecnologia de base e os resultados são sempre a longo prazo.
Agora chego ao ponto onde concluo explicando o porque não precisamos de engenheiros e cientistas em nosso país, pois somos meros consumidores de pensamentos, estudos e tecnologia estrangeira, somos incapazes de criamos uma própria linha de pensamento.
Precisamos de engenheiros para apertar parafusos e porcas de projetos de multinacionais?
Precisamos de cientistas que sempre referenciam em suas pesquisas cientistas estrangeiros?
Precisamos sim, criar nossa identidade, mas insistimos em nos vender ao mundo como o país do carnaval e futebol.
Precisamos sim, de uma política de desenvolvimento de estado e não de governo, pois já não é tão engraçado escutar que nossas metas são a copa e olimpíadas, enquanto isso países como a China e Índia dominam tecnologias aeroespaciais e nós continuamos atrasados ao menos 40 anos, incapazes de enviar por conta própria nossos satélites.
Precisamos sim, de estudantes preocupados com o destino do conhecimento absorvido durante a vida acadêmica, pois formamos engenheiros em nossas universidades para trabalharem em bancos, faz sentido?
Estamos incentivando nossos estudantes a seguirem suas carreiras profissionais tendo como base apenas a remuneração, em breve teremos toda uma geração de desiludidos, a final quanto estão pagando para desistirmos de nossos sonhos?

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