Os reais benefícios das fake news

Em uma rápida busca na internet, você encontra discussões infinitas sobre a criação de dispositivos legais com a intensão de “proteger” a sociedade das notícias falsas, mas, até o momento, não vi ninguém abordando os reais benefícios das Fake News.

Sim, você, nesse exato momento, deve estar se perguntando se isso é apenas um tópico de clickbait (caça-clique), mas fique tranquilo, não é! De fato, pretendo apresentar alguns pontos que me fundamentam para realizar tal afirmação e acredito que após conhecê-las você irá concordar com o tópico do post.

Bem, vamos lá!

Estamos programados geneticamente a querer proteger o próximo e com isso acabamos entrando em um círculo vicioso de se criar leis e dispositivos para proteger os mais vulneráveis.

Não quero generalizar aqui e dizer que todas as leis desse tipo são ineficientes, mas quero mostrar que algumas acabam subestimando as pessoas e com isso as impedimos de desenvolver todo o seu potencial.

E o que isso tem a ver com as Fake News?

Acabamos criando alguns novos dispositivos para amparar no meio digital o que já estava previsto em lei, pois calúnia, difamação, injúria, falso testemunho já são bem difundidas na literatura jurídica.

O que de fato mudou foi o meio, pois hoje tudo isso se dá em um ambiente digital. Mas se pararmos pra pensar, daqui uns dias, quando tivermos disponível alguma tecnologia de transmissão de pensamento, vamos querer criar novos dispositivos legais para que possamos diminuir prejuízos em relação a imagens de empresas como de pessoas físicas.

Óbvio que são necessárias adaptações nas leis, pois elas refletem o comportamento social. Mas o que gostaria de frisar é que podemos, além de criar leis, instruir o cidadão e dar ferramentas a ele para que possa se defender.

E aí entram as Fake News, pois hoje elas, nesse exato momento, permitem que o cidadão possa fazer um exercício diário de interpretação de texto e, além disso, ficar atento e ir atrás de fontes de notícias para que possa checar a veracidade da informação.

Ou seja, em uma tacada só, estamos permitindo que o cidadão possa interpretar, validar a informação e julgar se faz sentido difundi-la ou não. Com a aplicação das leis já existentes em pessoas que não possuem o mínimo responsabilidade, deixamos claro que apesar de estarmos conectados em um ambiente digital, essa terra não é sem lei e isso dá um senso de responsabilidade real.

Em um ambiente democrático, é necessário preparar as pessoas para que possam exercitar a sua cidadania e para isso ela deve estar preparada para avaliar todas as informações que chegam até ela. Antigamente, as únicas fontes de informações estavam na grande mídia e ninguém tinha ferramenta para contestar as informações apresentadas. Então o que era apresentado era dado como verdade absoluta.

Isso permitia com que grandes conglomerados manipulassem a realidade para defender seus próprios interesses ou de terceiros. Isso era muito evidente em campanhas militares, onde apresentavam-se uma realidade manipulada para ganhar apoio popular. Não que isso deixou de acontecer, mas agora essa verdade já não é tão absoluta e pode ser contestada por qualquer cidadão com um Smartphone na mão. Munido desse dispositivo e com uma conexão a internet, somada as redes sociais, as pessoas podem consultar de forma imediata, validando qualquer tipo de informação apresentada nas tv’s, rádios, jornais, revistas ou nas redes sociais.

Sim, tudo antes era mais simples, pois você precisava apenas sentar no sofá e consumir a informação. Vale lembrar que alguns irão continuar consumindo passivamente e aceitando tudo que lhe é apresentado e isso não tem nada a ver com idade e sim com perfil comportamental. Alguns irão continuar vivendo no mundo das maravilhas, achando que existe uma verdade absoluta, que o universo é regido pelo certo e errado e que o bem sempre vence o mau. Mas outros com o perfil mais contestador, inquieto e que já não aceitam um mundo regido pela lógica clássica, a realidade acaba se apresentando de forma muito mais interessante e complexa, onde os jogos de interesse e poder estão emaranhados nas teias da lógica fuzzy (lógica que ao invés de se basear no tradicional dois extremos: completamente verdadeiro ou completamente falso, considera a premissa parcialmente verdadeira e parcialmente falsa).

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